CONTAG reconhece avanços na resposta à pauta do GTB, mas reforma agrária novamente não entra na agenda do governo 30/05/2012 |
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Em
audiência no final da tarde desta quarta-feira (30 de maio), o governo
federal anunciou as respostas à pauta de reivindicações do 18º Grito da
Terra Brasil, que reuniu 138 itens. Serão disponibilizados R$ 18 bilhões
para o Plano-Safra 2012-2013 da agricultura familiar. Já a política de
reforma agrária, novamente não está entre as prioridades do Governo
Dilma.
Os ministros do Desenvolvimento Agrário (MDA), Pepe Vargas, da
Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e da
Casa Civil, Gleisi Hoffmann, recepcionaram a diretoria da CONTAG e os
presidentes e secretários das 27 Federações de Trabalhadores na
Agricultura (FETAGs), e dirigentes da CUT e CTB, e deram início à
audiência sem a presença da presidenta Dilma, que compareceu já no final
do encontro.
O
ministro Pepe anunciou medidas e números destinados às demandas de
agrícola e agrária. Para obtenção de terras, foi criado um cronograma
para a liberação de R$ 706,5 milhões. Deste total, já foram liberados R$
244 milhões, sendo R$ 200 milhões para Título da Dívida Agrária (TDA) e
R$ 44 milhões para benfeitorias. Sobre a habitação rural, haverá
mudança no crédito de instalação para que essa política saia dessa linha
e entre no Minha Casa Minha Vida, que tem subsídio bem superior. Para a
assistência técnica, serão destinados R$ 300 milhões para ATER e ATES a
partir de descontingenciamento.
Pepe
adianta à comissão da CONTAG alguns números do Plano-Safra da
Agricultura Familiar, que ainda será lançado em junho. Foi anunciada a
ampliação de R$ 16 bilhões para R$ 18 bilhões para custeio e
investimento. O governo ampliou o teto para o crédito de custeio de R$
50 mil para R$ 80 mil. Já no Pronaf Semiárido, o limite passará de R$ 12
mil para R$ 18 mil.
O
MDA pretende criar três grupos de trabalho (GTs) com a participação da
CONTAG para definir uma metodologia no âmbito do Programa de Garantia de
Preços Mínimos (PGPM); discutir a tributação que envolve a agricultura
familiar; e aperfeiçoar o Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF).
“Além dos R$ 18 bilhões, fizemos outras quantificações para a
agricultura familiar, como R$ 411 milhões para o Garantia-Safra e R$ 1,1
bilhão para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), por
exemplo. Está estimado um montante de R$ 22,2 bilhões para a agricultura
familiar”, anuncia Pepe.
Mais respostas – O ministro Gilberto Carvalho informou os outros pontos
já definidos pelo governo. Quanto às demandas encaminhadas ao
Ministério do Trabalho e Emprego, foi assegurado que a CONTAG poderá
acompanhar todos os processos de pedido de registro sindical e que serão
tomadas algumas iniciativas para impedir a concessão do mesmo às
entidades que não cumprirem os requisitos exigidos. Atendendo à pauta
dos assalariados e assalariadas rurais, será assinada nesta quinta-feira
(31 de maio) uma portaria interministerial que criará um GT para
construir a Política Nacional dos Assalariados e Assalariadas Rurais.
Também
será publicada outra portaria sobre a adesão do Brasil à campanha do
Ano Internacional da Agricultura Familiar. Na política de saúde, foi
anunciada a construção de mais de 1.000 Unidades de Pesquisa em Saúde
(UPS) em cidades com mais de 40% de população rural. “Estamos vendo a
possibilidade de contratar médicos estrangeiros para ajudar a suprir a
demanda nacional”, revela Carvalho. Quanto à pauta da educação, o
governo iniciará um diálogo com a CONTAG para colocar o Pronacampo em
prática. No âmbito do meio ambiente, foi anunciada a ampliação do
Bolsa-Verde para R$ 44 milhões, o que atenderá a 50 mil famílias.
Avaliação
– O presidente da CONTAG, Alberto Broch, disse que a expectativa dos
trabalhadores e das trabalhadoras rurais em receber respostas concretas à
pauta do GTB é muito grande. No entanto, o dirigente assume que ainda é
cedo para fazer uma avaliação das respostas apresentadas pelo governo.
“Algumas medidas e números anunciados são importantes e significativos.
Mas, as respostas para a política de reforma agrária estão muito
tímidas. Afinal, temos milhares de famílias aguardando o seu pedaço de
terra”, destaca Broch. O sindicalista completa que também faltou uma
resposta sobre a regularização fundiária, o licenciamento ambiental, a
atualização dos índices de produtividade rural e as dívidas dos
beneficiários do PNCF. “Reconhecemos avanços importantes, mas não
podemos dizer que tudo foi respondido. A nossa luta continua”, avalia o
presidente da CONTAG.
Já
no final da audiência, a presidenta Dilma chegou para anunciar que os
R$ 18 bilhões para o Plano-Safra poderão ser incrementados caso haja
necessidade. Sobre desapropriações para a reforma agrária, ela informou
que não serão autorizados projetos que ultrapassem R$ 120 mil por
família. “Nesse ano, a minha prioridade será a assistência técnica. Essa
será a minha obsessão”, revela a presidenta.
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Fonte: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi |
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Grito da Terra Brasil 2012
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