quarta-feira, 12 de maio de 2010

45 Anos do Sindicato dos Trabalhadores Rurais


Quem acompanhou as primeiras tratativas para criação do STR talvez não tenha imaginado que a entidade teria tamanha representatividade. Hoje, pode-se dizer que é uma das mais atuantes; uma ferramenta indispensável para os agricultores familiares. O movimento pró-sindicato iniciou em meados de 1964. Naquela época o então Promotor de Justiça de Candelária pediu ao amigo Protásio Moreira Knewitz - conceituado professor e compositor - que lhe indicasse o nome de um produtor de sua confiança. O objetivo era orientar este trabalhador quanto às normas de fundação da entidade. O escolhido foi João Batista da Rosa Cândido.
Intimado pelo Ministério Público, sem desconfiar do motivo, João Batista atendeu ao chamado. Durante o encontro ele recebeu instruções de como reunir os agricultores e elaborar atas de futuras reuniões. Pouco tempo depois, seus vizinhos da Vila Passa Sete já começavam a se reunir para debater a fundação da entidade que iria representá-los. Assim, em poucas semanas o grupo fundou o STR. O primeiro presidente eleito, na fundação, foi Cláudio Jahn. João Batista não concorreu porque gostava mais da lida na lavoura e, por este motivo, atuou mais diretamente no Conselho Fiscal. Todavia, aquela eleição não foi reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Assistência Social.
Foi só em 29 de julho de 1966 que, de fato, a entidade se legalizou com a obtenção da Carta Sindical (espécie de registro). Esta vitória, no entanto, foi precedida de períodos de muita rivalidade.Conta-se que naquela época o Sindicato Patronal (Rural) contestava a criação de outro sindicato alegando que o município não precisava ter duas entidades representativas dos produtores. Porém, a proposta do STR era defender os pequenos produtores familiares.


Com a legalização, era necessário fazer nova eleição. Assim, em 1968, Arator da Rosa Cândido foi eleito presidente juntamente com Fernando Batista Pereira (secretário) e Ervino Alvino Radtke (tesoureiro), que posteriormente se desligou do cargo para concorrer a vereador - em seu lugar assumiu Arnildo Rathke. A partir daí, Arator iniciaria uma caminhada de 22 anos frente à entidade. Seriam anos de muita luta, mas também de conquistas. Na década de 70, por exemplo, o movimento sindical conquistou a aposentadoria de meio salário mínimo para os homens com 65 anos. As mulheres viúvas igualmente passaram a ser beneficiadas. "Mas não foi pelo fato de serem mulheres. O Ministério do Trabalho e Assistência Social as considerava como chefes de família, já que elas assumiam a responsabilidade do marido",. Nesta mesma década surgiu o Funrural, que garantia o direito às internações hospitalares, à implantação de consultórios médicos e odontológicos nos sindicatos e a realização de convênios para consultas. Foi o chamado período do assistencialismo. Arator Cândido também participou, em meados de 1980, da luta pela igualdade de direitos entre os trabalhadores rurais e urbanos (homens e mulheres). As mobilizações culminaram com a Constituição de 1988 - regulamentada só em 1992 - e que garantiu a aposentadoria (um salário mínimo) para os homens, aos 60 anos, e para as mulheres, aos 55 anos.


Em 1990 o STR foi assumido por René Hübner. Ele acompanhou o desfecho das mobilizações pela aposentadoria e participou da luta pela obtenção do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Por meio deste, o governo federal liberou crédito para os agricultores. Os primeiros recursos foram disponibilizados em meados de 1994 ou 1995. Nos anos que se seguiram o programa foi ampliado com outras linhas de crédito para custeio da lavoura e investimento na propriedade. Isto foi testemunhado por Juarez Cândido, em 1997, quando assumiu a presidência. Desde então, esteve nas mobilizações para conquista do crédito para a compra de terra e do crédito para habitação e nas mais diversas frentes para melhoria da qualidade de vida no campo.




É preciso conquistar...



A preocupação do movimento sindical é com a sucessão rural. As mobilizações que se seguem são, sobretudo, para dar condições de fixar o homem no campo. E isso, na avaliação do presidente do STR, Juarez Cândido, depende da obtenção de uma melhor qualidade de vida e de renda. A garantia de preços mínimos aos produtos pode definir a margem de lucro sobre a produção. "O agricultor precisa ter viabilidade econômica para continuar produzindo. É preciso ter retorno na hora da comercialização", . Outra meta é a ampliação do seguro da produção e da propriedade. As recentes intempéries climáticas - enxurradas, vento e granizo - evidenciaram esta necessidade. "Inúmeras famílias perderam a produção com a enchente e não têm como recuperar a propriedade. O seguro não cobre os prejuízos causados por enxurradas, por exemplo, e não há o que fazer. É preciso que todos os setores e representações envolvidas na produção e na comercialização do fumo se envolvam nesta causa e debatam uma solução",





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